terça-feira, 22 de setembro de 2015

O PENTATEUCO - OS


O Pentateuco - CPAD - BEP
GÊNESIS
Êxodo
Levítico
NÚMEROS
DEUTERONÔMIO
GÊNESIS

Esboço

I. O Princípio da História da Humanidade (1.1—11.26)

A. A Origem do Universo e da Vida (1.1—2.25)

1. Resumo de Toda a Criação (1.1—2.4)

2. Relato Detalhado da Criação de Adão e Eva (2.5-25)

B. A Origem do Pecado (3.1-24)

1. Tentação e Queda (3.1-6)

2. Conseqüências da Queda (3.7-24)

C. As Origens da Civilização (4.1—5.32)

1. Caim: Cultura Pagã (4.1-24)

2. Sete: Um Remanescente Justo (4.25,26)

3. Registro Genealógico dos Patriarcas Antediluvianos (5.1-32)

D. O Grande Dilúvio: O Julgamento Divino sobre a Civilização Primitiva (6.1—8.19)

1. A Depravação Universal (6.1-8,11,12)

2. A Preparação Mediante Noé para a Salvação de um Remanescente Justo (6.9-22)

3. As Instruções Finais e o Dilúvio (7.1—8.19)

E. O Novo Começo da Humanidade (8.20—11.26)

1. A Posteridade de Noé (8.20—10.32; destaque: Sem, 11.10-26)

2. A Torre de Babel (11.1-9)

3. Elos Genealógicos entre Sem e Abraão (11.10-26)

II. Os Começos do Povo Hebreu (11.27—50.26)

A. Abraão (11.27—25.18)

1. Os Progenitores de Abraão (11.27-32)

2. A Chamada de Abraão e Sua Viagem pela Fé (12.1—14.24)

3. O Concerto entre Deus e Abraão (15.1-21)

4. Agar e Ismael (16.1-16)

5. O Concerto de Abraão Ratificado Mediante Seu Nome e a Circuncisão (17.1-27)

6. A Promessa a Abraão e a Tragédia de Ló (18.1—19.38)

7. Abraão e Abimeleque (20.1-18)

8. Abraão e Isaque, o Filho da Promessa (21.1—24.67)

9. A Posteridade de Abraão (25.1-18)

B. Isaque (25.19—28.9)

1. O Nascimento de Esaú e Jacó (25.19-26)

2. Esaú Vende a Sua Primogenitura (25.27-34)

3. Isaque, Rebeca e Abimeleque (26.1-17)

4. Disputa a Respeito de Poços, e a Mudança de Isaque para Berseba (26.18-33)

5. A Bênção Patriarcal (26.34—28.9)

C. Jacó (28.10—37.2a)

1. O Sonho de Jacó e Sua Viagem (28.10-22)

2. Jacó com Labão em Harã (29.1—31.55)

3. A Reconciliação de Jacó e Esaú (32.1—33.17)

4. Jacó Volta à Terra Prometida (33.18—35.20)

5.A Posteridade de Jacó e Esaú (35.21—37.2a)

D. José (37.2b—50.26)

1. José e Seus Irmãos em Canaã (37.2b-36)

2. Judá e Tamar (38.1-30)

3. José, Suas Provas e Elevação no Egito (39.1—41.57)

4. José e Seus Irmãos no Egito (42.1—45.28)

5. A Mudança para o Egito, do Pai e Irmãos de José (46.1—47.26)

6. Jacó: Suas Últimas Profecias, Últimos Dias e Morte (47.27—50.14)

7. José: Final de Sua Vida e Sua Morte (50.15-26)
  
Autor:
Moisés
Tema:
Começos
Data:
Cerca de 1445-1405 a.C.
  
Considerações Preliminares

É muito apropriado o lugar que Gênesis ocupa como o primeiro livro do AT, servindo de introdução básica à Bíblia inteira. O título deste livro em hebraico
deriva da primeira palavra do livro: bereshith (“no princípio”). O título “Gênesis”, como aparece em nossas Bíblias, é a tradução em grego, do referido título em
hebraico, e significa “a origem, fonte, criação, ou começo dalguma coisa”. Gênesis é “o livro dos começos”.
O autor de Gênesis não é mencionado em nenhuma parte do livro. O testemunho do restante da Bíblia, porém, é que Moisés foi o autor de todo o Pentateuco
(i.e., os cinco primeiros livros do AT) e, portanto, de Gênesis (e.g., 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 6.18; Ne 13.1; Dn 9.11-13; Ml 4.4; Mc 12.26; Lc 16.29,31; Jo
7.19-23; At 26.22; 1 Co 9.9; 2 Co 3.15). Além disso, os antigos escritores judaicos e os primeiros dirigentes da igreja são unânimes em testificar que Moisés foi o
escritor de Gênesis. Uma vez que o relato de Gênesis no seu todo é de data anterior a Moisés, o papel deste ao escrever Gênesis foi, em grande parte, reunir sob
a inspiração do Espírito Santo, todos os registros escritos e orais disponíveis, desde Adão até a morte de José, como os temos hoje preservados em Gênesis. Uma
possível indicação de Moisés ter utilizado registros históricos existentes ao escrever Gênesis, é a repetida expressão através do livro: “estas são as gerações de”
(hb. e’lleh toledoth), que também admite a tradução: “estas são as histórias por” (ver 2.4; 5.1; 6.9; 10.1; 11.10,27; 25.12,19; 36.1,9; 37.2).
Gênesis registra com exatidão a criação, os começos da história da humanidade e a origem do povo hebreu, bem como o concerto entre Deus e os hebreus
através de Abraão e os demais patriarcas. O Senhor Jesus atestou no NT a fidedignidade histórica de Gênesis como Escritura divinamente inspirada ( Mt 19.4-6;
24.37-39; Lc 11.51; 17.26-32; Jo 7.21-23; 8.56-58) e os apóstolos (Rm 4; 1Co 15.21,22,45-47; 2 Co 11.3; Gl 3.8; 4.22-24,28; 1 Tm 2.13,14; Hb 11.4-22; 2 Pe
3.4-6; Jd 7,11). Sua historicidade continua sendo confirmada pelas descobertas arqueológicas modernas. Moisés foi notavelmente bem preparado, pela sua
educação (At 7.22) e por Deus, para escrever esse incomparável livro da Bíblia.

Propósito

Gênesis provê um alicerce essencial para o restante do Pentateuco e para toda a revelação bíblica subseqüente. Preserva o único registro fidedigno a respeito dos
começos do universo, da humanidade, do casamento, do pecado, das cidades, dos idiomas, das nações, de Israel e da história da redenção. Foi escrito de
conformidade com o propósito de Deus a fim de dar ao seu povo segundo o concerto, tanto do AT quanto do NT, uma compreensão fundamental de si mesmo,
da criação, da raça humana, da queda, da morte, do julgamento, do concerto e da promessa da redenção através do descendente de Abraão.

Visão Panorâmica

Gênesis divide-se naturalmente em duas grandes partes. (A) Os caps. 1—11 fornecem uma visão geral, partindo de Adão até Abraão, e concentra-se em cinco
eventos memoráveis. (1) A Criação: Deus criou todas as coisas, inclusive Adão e Eva, os quais Ele colocou no Jardim do Éden (1—2). (2) A Queda: Adão e Eva,
pela sua transgressão, introduziram na história humana a maldição do pecado e da morte (cap. 3). (3) Caim e Abel: Esta tragédia colocou em movimento as duas
correntes básicas da história: a civilização humanista e um remanescente redentor ( 4 — 5). (4) Dilúvio Universal: O mundo antigo se tornara tão iníquo até os
tempos da geração de Noé, que Deus o destruiu por meio de um dilúvio universal, e poupou somente o justo Noé e sua família, como remanescentes (6—10).
(5) A Torre de Babel. Quando o mundo pós-diluviano unificou-se em torno da idolatria e da rebelião, Deus o dispersou, ao confundir seu idioma e cultura, e ao
espalhar a raça humana por toda a terra (cap. 11).
(B) Os caps. 12—50 registram os começos do povo hebreu e focalizam o contínuo propósito divino da redenção, através da vida dos quatro grandes patriarcas
de Israel — Abraão, Isaque, Jacó e José. A chamada de Abraão por Deus (cap. 12) e o relacionamento pactual de Deus com ele e com seus descendentes,
formam o começo de fato da realização do propósito divino concernente ao Redentor e à redenção, na história humana. Gênesis termina com a morte de José e a
iminente escravidão de Israel no Egito.

Características Especiais

Sete características principais assinalam Gênesis. (1) Foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito (com a possível exceção de Jó) e registra o começo da história da
humanidade, do pecado, do povo hebreu e da redenção. (2) A história contida em Gênesis abrange um período de tempo maior do que todo o restante da Bíblia,
e começa com o primeiro casal humano; dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a seguir limita-se à história do povo hebreu, o qual semelhante a uma
torrente, conduz à redenção até o final do AT. (3) Gênesis revela que o universo material e a vida na terra são categoricamente obra de Deus, e não um processo
independente da natureza. Cinqüenta vezes nos caps. 1—2, Deus é o sujeito de verbos que demonstram o que Ele fez como Criador. (4) Gênesis é o livro das
primeiras coisas — o primeiro casamento, a primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, o primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros
instrumentos musicais, a primeira promessa de redenção, e assim por diante. (5) O concerto de Deus com Abraão, que começou com a chamada deste (12.1-3),
foi formalizado no cap. 15, e ratificado no cap. 17, e é da máxima importância em toda a Bíblia. (6) Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de Israel.
(7) Revela como os descendentes de Abraão, por fim, se fixam no Egito (durante 430 anos) e assim preparam o caminho para o êxodo, o evento redentor central
do AT.

Gênesis e Seu Cumprimento no NT

Gênesis revela a história profética da redenção, e o Redentor que virá através da descendência da mulher (3.15), das linhagens de Sete (4.25,26), e de Sem
(9.26,27), e da descendência de Abraão (12.3). O NT aplica 12.3 diretamente à provisão da redenção que Deus realizou em Jesus Cristo (Gl 3.16,39). Muitos
personagens e eventos de Gênesis são mencionados no NT com relação à fé e à justiça (Rm 4; Hb 11.1-22), ao julgamento divino (Lc 17.26-29,32; 2 Pe 3.6; Jd
7,11a) e à pessoa de Cristo (Mt 1.1; Jo 8.58; Hb 7).

Êxodo
Esboço

I. Opressão dos Hebreus no Egito (1.1—11.10)

A. Sofrimentos dos Oprimidos (1.1-22)

B. Preparação do Libertador (2.1— 4.31)

1. Nascimento de Moisés e Seus Primeiros Quarenta Anos (2.1-15a)

2. Exílio de Moisés e o Seu Segundo Período de Quarenta Anos (2.15b - 25)

3. Chamada de Moisés e Seu Regresso ao Egito (3.1— 4.31)

C. Luta com o Opressor (5.1—11.10)

1. A Petição: Deixa Meu Povo Ir (5.1-3)

2. A Resposta: Perseguição Tirânica de Faraó (5.4-21)

3. A Garantia: O Senhor Manifestará Seu Senhorio (5.22 — 7.13)

4. O Recurso: As Dez Pragas (7.14 — 11.10)

II. Livramento dos Hebreus do Egito (12.1—13.16). (N do R - Aqui começa o 3o período de 40 anos da vida de Moisés; cf. At 7.36)

A. Livramento na Páscoa: Redenção pelo Sangue (12.1—15.21)

B. Livramento no Mar Vermelho: Redenção pelo Poder (13.17—14.31)

C. Cânticos do Livramento: Louvor ao Redentor (15.1-21)

III. Ensinamento a Israel a Caminho do Monte Sinai (15.22—19.2)

A. A Prova da Adversidade e o Cuidado Providente de Deus (15.22—19.2)

1. A Primeira Prova: Águas Amargas em Mara (15.22-27)

2. A Prova da Fome: Provisão de Codornizes e Maná (16.1-36)

3. A Prova da Sede: Água em Refidim (17.1-7)

4. A Prova do Combate: A Luta com Amaleque (17.8-16)

B. O Conselho Sábio de Jetro (18.1-27)

IV. O Pacto de Deus com Israel no Monte Sinai (19.3—24.18)

A. Instruções Preparatórias a Moisés (19.3—24.18)

B. Os Dez Mandamentos: Diretrizes de Vida e Conduta sob o Concerto (20.1-17)

C. Ordenanças Preventivas do Relacionamento Pactual (20.18—23.19)

D. Promessas Concernentes à Terra Prometida (23.20-33)

E. Ratificação do Concerto (24.1-18)

V. Normas de Adoração a Deus por Israel, no Monte Sinai (25.1— 40.38)

A. Instruções a Respeito do Tabernáculo (25.1— 27.21)

B. Instruções a Respeito dos Sacerdotes (28.1— 31.18)

C. O Pecado de Idolatria (32.1— 34.35)

D. Implementação das Instruções Divinas (35.1— 40.38)
  
Autor:
Moisés
Tema:
A Redenção
Data:
Cerca de 1445-1405 a.C.
 
Considerações Preliminares

Êxodo dá continuidade à narrativa iniciada em Gênesis. O título do livro, deriva da palavra grega exodos (título empregado na Septuaginta, a tradução do AT em
grego), que significa “saída” ou “partida”. Refere-se à poderosa libertação de Israel, efetuada por Deus, tirando-o da escravidão do Egito, e à sua partida daquela
terra, como povo de Deus.
Dois pontos relacionados com o livro de Êxodo têm causado muita controvérsia: a data do êxodo de Israel ao sair do Egito e a autoria do dito livro. (1) Duas
datas diferentes para o êxodo são propostas pelos eruditos. (a) Uma “data recuada” (também chamada a data bíblica), derivada de 1 Reis 6.1, onde está dito que
o êxodo ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão. Esta declaração estabelece a data do êxodo em 1445 a.C. Por outro lado, em Juízes
11.26, Jefté (cerca de 1100 a.C.) afirma que Israel ocupara sua própria terra já há 300 anos, o que permite datar a conquista de Canaã, assim a conquista fica
datada em aproximadamente 1400 a.C. Essa cronologia do êxodo, a da conquista de Canaã e a do período dos juízes encaixam-se bem nos eventos datáveis da
história dos três primeiros reis de Israel (Saul, Davi e Salomão). (b) Os críticos liberais da Bíblia propõem uma “data posterior” para o êxodo, em cerca de 1290
a.C., com base em suposições a respeito dos governantes egípcios, bem como uma data arqueológica do século XIII a.C. sobre a destruição de cidades cananéias
durante a conquista de Canaã.
(2) Há também discordância entre os eruditos bíblicos conservadores e liberais, no tocante à autoria mosaica do livro de Êxodo. (a) Intérpretes modernos
geralmente consideram o livro como uma obra conjunta, preparada por vários escritores e completada num período da história de Israel muito posterior aos
tempos de Moisés (a chamada teoria JEDP). (b) Por outro lado, a tradição judaica desde os tempos de Josué (Js 8.31-35), bem como o testemunho de Jesus (cf.
Mc 12.26), do cristianismo primitivo, e da erudição conservadora contemporânea, todos atribuem a Moisés a origem do livro (ver a introdução a Deuteronômio).
Além disso, a evidência interna do livro apóia a autoria de Moisés. Pormenores numerosos em Êxodo indicam que o autor foi testemunha ocular dos eventos
registrados no livro (e.g., 2.12; 9.31,32; 15.27). Além disso, trechos do próprio livro dão testemunho da participação direta de Moisés na sua escrita (e.g., 17.14;
24.4; 34.27).

Propósito

Êxodo foi escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de Deus, pelos quais Israel foi liberto do Egito e organizado como
a sua nação escolhida. Pelos mesmos atos divinos, Israel também recebeu a revelação escrita, do concerto entre Deus e aquela nação. Também foi escrito como
um elo extremamente importante da auto-revelação geral e progressiva de Deus, que culminou na pessoa de Jesus Cristo e no NT.

Visão Panorâmica

O livro de Êxodo começa com a descrição do sofrimento dos descendentes de Jacó no Egito, a saber: opressão, escravidão e infanticídio, e termina com a
presença, o poder e a glória de Deus manifestos no Tabernáculo, no meio do seu povo já liberto, no deserto. Êxodo divide-se em três seções principais. (A) Os
caps. 1 — 14 revelam Israel no Egito, oprimido por um faraó que não conhecia José, e Deus então redimiu Israel “com braço estendido e com juízos grandes”
(6.6). Entre os eventos portentosos dessa parte da história de Israel, estão: (1) o nascimento de Moisés, sua preservação e preparação (cap. 2); (2) a chamada de
Moisés na sarça ardente (3 — 4); (3) as dez pragas (7 — 12); (4) a Páscoa (cap. 12) e (5) a travessia do mar Vermelho (13 — 14).
O êxodo de Israel para fora do Egito é declarado em todo o AT como a mais grandiosa experiência de redenção do velho concerto. (B) Os caps. 16 — 18
descrevem Israel no Deserto, a caminho do monte Sinai. Deus guiou seu povo redimido por meio de uma nuvem e uma coluna de fogo e proveu maná,
codornizes e água, exercitando assim seus redimidos a andar pela fé e pela obediência. (C) Os caps. 19 — 40 registram Israel no monte Sinai, recebendo de Deus
a revelação que abarcou (1) o concerto (cap. 19), (2) o decálogo (cap. 20) e (3) o Tabernáculo e o sacerdócio (25 — 31). O livro termina com o Tabernáculo
inaugurado e transbordante da glória de Deus (cap. 40).

Características Especiais

Cinco características distinguem Êxodo. (1) As circunstâncias históricas do nascimento de Israel como nação. (2) O Decálogo, i.e., os dez mandamentos (cap.
20), que é a suma feita por Deus da sua lei moral e das suas justas exigências para o seu povo. Nela, temos o fundamento da ética e da moralidade bíblicas. (3) É
o livro do AT que mais destaca a graça redentora e o poder de Deus em ação. Em termos do AT, Êxodo descreve o caráter sobrenatural da libertação que Deus
efetuou do seu povo, livrando-o do perigo e da escravidão do pecado, de Satanás e do mundo. (4) O livro inteiro está repleto da revelação majestosa de Deus,
como (a) glorioso nos seus atributos, (veraz, misericordioso, fiel, santo e onipotente); (b) Senhor da história e dos reis poderosos; (c) o Redentor que faz um
concerto com os seus redimidos; (d) justo e reto, assim revelado na sua lei moral e nos seus juízos e (e) digno da adoração reverente, como o Deus
transcendente que desce para “tabernacular” com o seu povo, i.e., habitar com o seu povo (cf. Jo 1.14 no gr.). (5) Êxodo enfatiza o “como?”, “o quê?” e o “por
quê?” do verdadeiro culto que deve seguir-se à redenção que Deus efetua dos seus.

O Livro de Êxodo e Seu Cumprimento no NT

A prefiguração da redenção que temos no novo pacto, é evidente em todo o livro de Êxodo. A primeira Páscoa, a travessia do mar Vermelho e a outorga da lei
no monte Sinai são, para o velho concerto, aquilo que a vida, morte e ressurreição de Jesus, e a outorga do Espírito Santo no Pentecoste, são para o novo
concerto. Os tipos de Êxodo que prenunciam Cristo e a redenção no NT são: (1) Moisés, (2) a Páscoa, (3) a travessia do mar Vermelho, (4) o maná, (5) a rocha
e a água, (6) o Tabernáculo, e (7) o sumo sacerdote. As exigências morais absolutas dos dez mandamentos são repetidas no NT, para os crentes do novo
concerto.

Levítico
Esboço

I. O Caminho para Deus: A Expiação (1.1—16.34)

A. Através dos Sacrifícios (1.1—7.38)

1. O Holocausto (1.1-17)

2. A Oferta de Manjares (2.1-16)

3. O Sacrifício Pacífico (3.1-17)


4. A Oferta pelo Pecado Não Intencional (4.1—5.13)


5. A Oferta pela Culpa (5.14—6.7)

6. O Holocausto Contínuo e as Ofertas dos Sacerdotes (6.8-23)

7. A Disposição da Vítima na Oferta pelo Pecado, na Oferta pela Culpa, e no Sacrifício Pacífico (6.24—7.27)

8. A Oferta Alçada e o Resumo das Ofertas (7.28-38)

B. Através da Intercessão Sacerdotal (8.1—10.20)

C. Através das Leis da Purificação (11.1—15.33)

D. Através do Dia Anual da Expiação (16.1-34)

II. Requisito para o Andar Diante de Deus: a Santidade (17.1—27.34)

A. Santidade Através da Revelação do Sangue (17.1-16)

B. Santidade Através dos Padrões Morais (18.1—22.33)

C. Santidade Através da Adoração Normal (23.1—24.23)

D. Santidade Através das Leis da Reparação, da Obediência e da Consagração (25.1—27.34)
  
Autor:
Moisés
Tema:
Santidade
Data:
Cerca de 1445-1405 a.C.
 
Considerações Preliminares

Levítico está estreitamente ligado ao livro de Êxodo. Êxodo registra como os israelitas foram libertos do Egito, receberam a lei de Deus, e construíram o
Tabernáculo segundo o modelo determinado por Deus; termina quando o Santo vem habitar no Tabernáculo recém-construído (Êx 40.34). Levítico contém as
leis que Deus deu a Moisés durante os dois meses entre o término do Tabernáculo (Êx 40.17) e a partida de Israel do monte Sinai (Nm 10.11). O título
“Levítico” deriva, não da Bíblia hebraica, mas das versões em grego e latim. Esse título poderia levar alguém a julgar que o livro trata somente do sacerdócio
levítico. O caso é diferente, pois boa parte do livro relaciona-se com todo o Israel.
Levítico é o terceiro livro de Moisés. Mais de cinqüenta vezes, o livro declara que seu conteúdo encerra as palavras e a revelação que Deus deu diretamente a
Moisés para Israel, as quais, Moisés, a seguir, reduziu à forma escrita. Jesus faz referência a um trecho de Levítico e o atribui a Moisés (Mc 1.44). O apóstolo
Paulo refere-se a um trecho deste livro ao afirmar “Moisés descreve... dizendo...” (Rm 10.5). Os críticos que atribuem Levítico a um escritor sacerdotal de
época muito posterior, rejeitam a autenticidade do testemunho bíblico (ver a introdução a Êxodo).

Propósito

Levítico foi escrito para instruir os israelitas e seus mediadores sacerdotais acerca do seu acesso a Deus por meio do sangue expiador e para expor o padrão
divino da vida santa que deve ter o povo escolhido de Deus.

Visão Panorâmica

Dois temas muito importantes sobressaem em Levítico: a expiação e a santidade. (A) Os caps. 1—16 contêm o provimento de Deus para a redenção do pecado e
para desfazer a separação entre Deus e a humanidade, em conseqüência do pecado. O substantivo“expiação” (hb. kaphar) ocorre cerca de quarenta e oito vezes
em Levítico. O seu significado básico é “cobrir, prover uma cobertura”. Os sacrifícios vicários do AT (1—7) cobriam temporariamente o pecado, mediante o
sangue (cf. Hb 10.4), até o dia em que Jesus Cristo morresse como o sacrifício perfeito para “tirar o pecado do mundo” (cf. Jo 1.29; Rm 3.25; Hb 10.11,12). Os
sacerdotes levíticos (8—10) prenunciam o ministério de mediador de Cristo, enquanto que o dia anual da expiação (cap. 16) prenuncia a sua crucificação. (B) Os
caps. 17—27 apresentam uma série de normas práticas, pelas quais Deus chamava o seu povo à pureza e à vida santa. O mandamento reiterado por Deus é:
“Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (19.2; 20.7, 26). Os termos hebraicos que significam “santo” ocorrem mais de cem vezes em
Levítico, e, quando aplicados ao ser humano, falam de pureza e de obediência. A santidade é vista nas cerimônias (cap. 17) e na adoração (23—25), mas
principalmente nos eventos da vida diária (18—22). Levítico termina com uma admoestação por Moisés (cap. 26) e com instruções a respeito de certos votos
especiais (cap. 27).

Características Especiais

Quatro características assinalam Levítico. (1) A revelação divina, no sentido da palavra direta da parte de Deus, é mais patente em Levítico do que em qualquer
outro livro da Bíblia. Nada menos que trinta e oito vezes, o livro de Levítico declara expressamente que o Senhor falou a Moisés. (2) O livro dá instruções
detalhadas sobre os diversos sacrifícios e a expiação vicária. (3) O cap. 16 é o principal da Bíblia no detalhamento do Dia da Expiação. (4) Levítico ressalta o
fato de que o povo de Israel devia cumprir sua vocação sacerdotal, vivendo em pureza moral e espiritual, separado doutras nações e obediente a Deus.

O Livro de Levítico e Seu Cumprimento no NT

Devido à ênfase redobrada à expiação pelo sangue e à santidade, Levítico tem relevância permanente para os crentes do novo concerto. O NT ensina que o
sangue expiador de animais sacrificiais, realçado em Levítico, era “a sombra dos bens futuros” (Hb 10.1) a indicar o sacrifício, uma vez para sempre, de Cristo,
pelo pecado (Hb 9.12). O mandamento bíblico para que o crente seja santo pode ser perfeitamente cumprido pelo crente do novo concerto, através do sangue
precioso de Cristo; a chamada do crente é para que ele seja santo em todas as áreas da sua vida (1 Pe 1.15). O segundo grande mandamento, conforme Jesus o
definiu, deriva de Lv 19.18: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39).

NÚMEROS
Esboço
 
I. Deus Prepara o Povo para Herdar a Terra (1.1—10.10)

A. Instruções para a Partida (1.1—4.49)

1. O Censo dos Soldados de Israel (1.1-54)

2. A Organização do Acampamento (2.1-34)

3. A Organização dos Levitas (3.1—4.49)

B. A Santificação do Povo (5.1—10.10)

II. O Povo Perde Sua Herança por Causa de Pecado e Incredulidade (10.11—25.18)

A. Murmuração a Caminho de Cades-Barnéia (10.11—12.16)

B. Rebelião e Incredulidade em Cades-Barnéia (13.1—14.45)

C. Pecado e Rebelião no Deserto (15.1—19.22)

D. Desobediência a Caminho de Moabe (20.1—25.18)

III. Deus Prepara uma Nova Geração para Possuir a Terra (26.1—36.13)

A. O Censo da Nova Geração (26.1-65)

B. A Instrução do Povo (27.1—30.16)

C. A Derrota dos Midianitas (31.1-54)

D. A Ocupação da Transjordânia (32.1-42)

E. O Relato da Viagem do Egito a Moabe (33.1-49)

F. Promessa da Vitória sobre Canaã (33.50-56)

G. A Preparação para Entrar na Terra e Dividi-la (34.1—36.13)

Autor:
Moisés
Tema:
Peregrinação no Deserto
Data:
Cerca de 1405 a.C.
 
Considerações Preliminares

O título do livro, “Números”, surgiu primeiramente nas versões gregas e latinas e deriva dos dois recenseamentos ou “contagens” do povo registrados no livro (1;
26). A maior parte do livro, entretanto, descreve as experiências de Israel nas suas peregrinações “no deserto”. Daí, este livro ser chamado no AT hebraico “No
Deserto” (Bemidbar — palavra que aparece no primeiro versículo do livro).
Cronologicamente, Números é uma continuação da história relatada no livro de Êxodo. Depois de uma estada de aproximadamente um ano no monte Sinai —
período durante o qual Deus estabeleceu seu concerto com Israel, deu a Moisés a lei e o modelo do Tabernáculo, e instruiu-o a respeito do conteúdo de Levítico
— os israelitas se prepararam para continuar sua viagem à terra que Deus lhes prometera como descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Pouco antes de partirem
do monte Sinai, no entanto, Deus mandou Moisés numerar todos os homens de guerra (1.2,3). Dezenove dias depois, a nação partiu de lá, numa curta viagem
para Cades-Barnéia (10.11). Números registra a grave rebelião de Israel em Cades, e seus trinta e nove anos subseqüentes de julgamento no deserto, até quando
Deus conduziu toda uma nova geração de israelitas às planícies de Moabe, à beira do rio Jordão, do lado oposto a Jericó e à terra prometida.
A autoria de Números é historicamente atribuída a Moisés (1) pelo Pentateuco judaico e o Samaritano; (2) pela tradição judaica; (3) por Jesus e pelos escritores
do NT; (4) pelos escritores cristãos antigos; (5) pelos estudiosos conservadores contemporâneos; e (6) pelas evidências internas do próprio livro (e.g., 33.1,2).
Moisés, sem dúvida, escreveu um diário durante as peregrinações no deserto, e mais tarde dispôs o conteúdo de Números em forma narrativa, pouco antes de
sua morte (c. 1405 a.C.). A prática de Moisés, de referir-se a si mesmo na terceira pessoa, era comum nos escritos antigos, e em nada afeta a credibilidade da
sua autoria.

Propósito

Números foi escrito para relatar por que Israel não entrou na terra prometida imediatamente depois de partir do monte Sinai. O livro trata da fé que Deus requer
do seu povo, dos seus castigos e juízos contra a rebelião e do cumprimento progressivo do seu propósito.

Visão Panorâmica

A mensagem principal de Números é evidente: o povo de Deus prossegue avante tão-somente por confiar nEle e nas suas promessas e obedecer à sua Palavra.
Embora a travessia do deserto fosse necessária por certo tempo, não era intenção original de Deus que a prova naquele lugar se prolongasse a tal ponto que uma
geração inteira de israelitas habitasse e morresse ali. A curta viagem do monte Sinai a Cades, significou trinta e nove anos de aflição e de julgamento por causa da
incredulidade deles. Durante a maior parte do tempo referente a Números, Israel foi um povo infiel, rebelde e ingrato para com Deus, apesar dos seus milagres e
provisão. Murmuração generalizada surgiu entre o povo, pouco depois da sua partida do monte Sinai (cap. 11); Miriã e Arão falaram mal de Moisés (cap. 12);
Israel, como um todo, rebelou-se em Cades na sua obstinada incredulidade, e recusou-se a prosseguir para Canaã (cap. 14); Coré com muitos outros levitas
rebelaram-se contra Moisés (cap. 16). Pressionado além dos limites por um povo rebelde, Moisés, por fim, pecou na sua ira, por imprudência (cap. 20); a seguir,
Israel adorou a Baal (25). Todos os israelitas que no incidente de Cades tinham de vinte anos para cima (excetuando-se Josué e Calebe) pereceram no deserto.
Uma nova geração de israelitas finalmente chegou aos termos orientais da terra prometida (26—36).

Características Especiais

Seis características principais projetam o livro de Números. (1) É o “Livro das Peregrinações no Deserto”, a revelar claramente por que Israel não possuiu
imediatamente a terra prometida depois de partir do monte Sinai. Antes, teve que peregrinar, vagueando no deserto por mais trinta e nove anos. (2) É o “Livro
das Murmurações”, que registra vez após vez a murmuração, o descontentamento e as queixas dos israelitas contra Deus e seu modo de lidar com eles. (3) O
livro ilustra o princípio que sem fé é impossível agradar a Deus (cf. Hb 11.6). Vemos, por todo esse livro, que o povo de Deus triunfa tão-somente ao confiar
nEle com fé inabalável, crer nas suas promessas e depender dEle como sua fonte de vida e de esperança. (4) Números revela com profundidade o princípio de
que se uma geração fracassar, Deus suscitará outra para cumprir suas promessas e para levar a efeito a sua missão. (5) O censo antes de Cades-Barnéia (1—4) e
o posterior feito nas planícies de Moabe, antes da entrada em Canaã (cap. 26), revelam que não era o tamanho inadequado do exército de Israel que o impedia de
entrar em Canaã, partindo de Cades, mas o tamanho inadequado da sua fé. (6) É o “Livro da Disciplina Divina”, a demonstrar que Deus realmente disciplina os
seus e executa julgamento sobre eles, quando persistem na murmuração e na incredulidade (13—14).
Números e Seu Cumprimento no NT
As murmurações e a incredulidade de Israel são mencionadas como advertências aos crentes do novo concerto (1 Co 10.5-11; Hb 3.16—4.6). A gravidade do
pecado de Balaão (22—24) e da rebelião de Coré (cap. 16) também são mencionados (2 Pe 2.15,16; Jd 11; Ap 2.14). Jesus faz referência à serpente de bronze
como uma alusão a Ele mesmo ao ser levantado na cruz, de modo que todos os que nEle crêem não pereçam mas tenham a vida eterna (Jo 3.14-16; ver Nm
21.7-9). Além disso, Jesus Cristo é comparado com a rocha do deserto, da qual Israel bebeu (1 Co 10.4) e com o maná celestial que alimentou aquele povo (Jo
6.31-33).

DEUTERONÔMIO
Deuteronômio
Esboço

Introdução (1.1-5)
 
I. Primeiro Discurso de Moisés: Relato da História Recente de Israel (1.6—4.43)

A. A Partida do Monte Sinai (1.6-18)

B. A Incredulidade em Cades-Barnéia (1.19—46)

C. As Jornadas no Deserto (2.1-15)

D. A Chegada às Planícies de Moabe (2.16—3.29)

E. A Exortação à Obediência (4.1-43)

II. Segundo Discurso de Moisés: Principais Deveres do Concerto (4.44—26.19)

A. Os Dez Mandamentos (4.44—5.33)

B. O Monoteísmo e os Imperativos (6.1-25)

C. Mandamentos, Promessas e Advertências (7.1—11.32)

D. Mandamentos Concernentes à Adoração (12.1-32)

E. Mandamentos Concernentes aos Falsos Profetas (13.1-18)

F. Mandamentos Concernentes aos Alimentos, Dízimos e ao Ano Sabático (14.1—15.23)

G. Mandamentos a Respeito das Festas Sagradas Anuais (16.1-17)

H. Mandamentos a Respeito das Autoridades (16.18—18.22)

I. Leis Civis e Sociais (19.1—26.19)

III. Terceiro Discurso de Moisés: Renovação e Ratificação do Concerto (27.1—30.20)

A. Obrigações Solenes de Israel (27.1-26)

B. Promessas de Bênçãos por Obediência, e de Maldições por Desobediência (28.1-68)

C. Confirmação do Concerto e Exortações Pertinentes (29.1—30.20)

IV. Os Atos Finais de Moisés e Sua Morte (31.1—34.12)

A. Moisés Dá Instruções a Israel e Designa Josué em Seu Lugar (31.1-29)

B. O Cântico de Moisés (31.30—32.47)

C. As Instruções de Deus a Moisés (32.48-52)

D. Moisés Abençoa as Tribos (33.1-29)

E. Morte e Sepultamento de Moisés, e Conclusão (34.1-12)
 
Autor:
Moisés
Tema:
Renovação do Concerto
Data:
Cerca de 1405 a.C.
  
Considerações Preliminares

O título “Deuteronômio” vem da Septuaginta e significa “Segunda Lei”. O livro consiste nas mensagens de despedida de Moisés, nas quais ele sumariou e
renovou o concerto entre Deus e Israel, para o bem da nova geração de israelitas. Tinham chegado ao fim da peregrinação no deserto e agora estavam prontos
para entrarem na terra de Canaã. A nova geração, na sua maior parte, não tinha lembrança pessoal da primeira Páscoa, da travessia do mar Vermelho, nem da
outorga da lei no monte Sinai. Careciam de uma narração inspirada do concerto de Deus, da sua lei e da sua fidelidade, bem como uma renovada declaração das
bênçãos resultantes da obediência e das maldições da desobediência. Enquanto o livro de Números registra as peregrinações no deserto, da rebelde primeira
geração de israelitas, abrangendo um período de trinta e nove anos, Deuteronômio abrange um período de talvez um só mês, numa só localidade, nas planícies de
Moabe, diretamente a leste de Jericó e do rio Jordão.
Deuteronômio foi escrito por Moisés (31.9,24-26; cf. 4.44-46; 29.1) e entreque a Israel como um documento do concerto, para ser lido por extenso diante de
todo o povo, a cada sete anos (31.10-13). É provável que Moisés tenha completado o livro pouco antes da sua morte, cerca de 1405 a.C. A autoria mosaica de
Deuteronômio é atestada: (1) pelo Pentateuco judaico e samaritano; (2) pelos escritores do AT (e.g., Js 1.7; 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 3.2; Ne 1.8,9; Dn 9.11); (3)
por Jesus (Mt 19.7-9; Jo 5.45-47), bem como escritores do NT (e.g., At 3.22,23; Rm 10.19); (4) por eruditos cristãos antigos; (5) por eruditos conservadores
contemporâneos; e (6) pelas evidências internas do livro (e.g., semelhança, na estrutura literária, com textos de pactos seculares de vassalagem do século XV
a.C.). O relato da morte de Moisés (cap. 34) evidentemente foi acrescentado logo após sua ocorrência (mais provavelmente por Josué) como um tributo
merecido a Moisés, servo do Senhor.

Propósito

O propósito original de Moisés ao proferir seus discursos diante da nova geração de Israel, antes de entregar as rédeas do governo a Josué para efetuar a
conquista de Canaã, foi exortar e instruir os israelitas a respeito: (1) dos atos poderosos de Deus e as suas promessas; (2) seus deveres segundo o concerto: a fé e
a obediência; e (3) a necessidade de dedicarem-se ao Senhor, para andarem nos seus caminhos, amá-lo e honrá-lo de todo coração, alma e forças.

Visão Panorâmica

Com toda sua devoção, Moisés recapitulou e renovou o concerto de Deus com Israel, mormente através de seus três discursos inspirados. (1) O primeiro
discurso de Moisés recontou a história e o fracasso de Israel desde o monte Sinai e conclamou a nova geração a temer a Deus e a obedecer-lhe (1.6—4.43). (2)
O segundo discurso de Moisés recapitulou e focalizou muitas leis do concerto, que tratavam de assuntos como a observância do sábado, o culto, os pobres, as
festas sagradas anuais, a herança e os direitos de propriedade, a imoralidade sexual, senhores e servos, e a administração da justiça (4.44—26.19). (3) No seu
terceiro discurso, Moisés profetizou bênçãos e maldições que teriam os israelitas, conforme sua obediência ou desobediência ao Senhor, segundo o concerto
(27.1—30.20). Os caps. finais incluem a designação de Josué por Moisés como seu sucessor e um testemunho sobre a morte de Moisés (31.1—34.12).

Características Especiais

Quatro fatos principais caracterizam Deuteronômio. (1) Ele proveu à nova geração de israelitas prestes a entrar em Canaã, o alicerce e motivação necessários
para herdarem a terra prometida, ao realçar a natureza de Deus e seu concerto com Israel. (2) É “O Livro de Repetição da Lei”, no qual, Moisés, o dirigente de
Israel, já com 120 anos de idade, reafirmou e resumiu (em forma de sermão) a palavra do Senhor contida nos quatro livros anteriores, do Pentateuco. (3) É “O
Livro das Memórias”. Uma admoestação típica de Deuteronômio é: “Lembra-te, e não te esqueças”. Em vez de apresentar novas verdades, Deuteronômio exorta
Israel a conservar e obedecer à verdade de Deus já revelada, e entregue como sua Palavra absoluta e imutável. (4) Um ponto predominante no livro é a fórmula
“fé-mais-obediência”. Israel foi conclamado a confiar em Deus de modo irrestrito e a obedecer aos seus mandamentos sem vacilação. A fé-mais-obediência
capacitaria os israelitas a herdar as promessas na plenitude da bênção de Deus. A falta de fé e de obediência, por outro lado, traria o ciclo do fracasso e do
julgamento.

O Livro de Deuteronômio e Seu Cumprimento no NT

Quando Jesus foi tentado pelo diabo, Ele respondeu, citando trechos de Deuteronômio (Mt 4.4,7,10, cf. Dt 8.3; 6.13,16). Quando perguntaram a Jesus qual era
o maior mandamento da lei, sua resposta veio de Deuteronômio (Mt 22.37; cf. Dt 6.5). Quase cem vezes, os livros do NT citam Deuteronômio, ou a ele aludem.
Uma nítida profecia messiânica deste livro (18.15-19) é citado duas vezes em Atos (3.22,23; 7.37). O cunho espiritual de Deuteronômio é fundamental à
revelação do NT.
Esboço

Introdução (1.1-5)

I. Primeiro Discurso de Moisés: Relato da História Recente de Israel (1.6—4.43)

A. A Partida do Monte Sinai (1.6-18)

B. A Incredulidade em Cades-Barnéia (1.19—46)

C. As Jornadas no Deserto (2.1-15)

D. A Chegada às Planícies de Moabe (2.16—3.29)

E. A Exortação à Obediência (4.1-43)

II. Segundo Discurso de Moisés: Principais Deveres do Concerto (4.44—26.19)

A. Os Dez Mandamentos (4.44—5.33)

B. O Monoteísmo e os Imperativos (6.1-25)

C. Mandamentos, Promessas e Advertências (7.1—11.32)

D. Mandamentos Concernentes à Adoração (12.1-32)

E. Mandamentos Concernentes aos Falsos Profetas (13.1-18)

F. Mandamentos Concernentes aos Alimentos, Dízimos e ao Ano Sabático (14.1—15.23)

G. Mandamentos a Respeito das Festas Sagradas Anuais (16.1-17)

H. Mandamentos a Respeito das Autoridades (16.18—18.22)

I. Leis Civis e Sociais (19.1—26.19)

III. Terceiro Discurso de Moisés: Renovação e Ratificação do Concerto (27.1—30.20)

A. Obrigações Solenes de Israel (27.1-26)

B. Promessas de Bênçãos por Obediência, e de Maldições por Desobediência (28.1-68)

C. Confirmação do Concerto e Exortações Pertinentes (29.1—30.20)

IV. Os Atos Finais de Moisés e Sua Morte (31.1—34.12)

A. Moisés Dá Instruções a Israel e Designa Josué em Seu Lugar (31.1-29)

B. O Cântico de Moisés (31.30—32.47)

C. As Instruções de Deus a Moisés (32.48-52)

D. Moisés Abençoa as Tribos (33.1-29)

E. Morte e Sepultamento de Moisés, e Conclusão (34.1-12)
 
Autor:
Moisés
Tema:
Renovação do Concerto
Data:
Cerca de 1405 a.C.
 
Considerações Preliminares

O título “Deuteronômio” vem da Septuaginta e significa “Segunda Lei”. O livro consiste nas mensagens de despedida de Moisés, nas quais ele sumariou e
renovou o concerto entre Deus e Israel, para o bem da nova geração de israelitas. Tinham chegado ao fim da peregrinação no deserto e agora estavam prontos
para entrarem na terra de Canaã. A nova geração, na sua maior parte, não tinha lembrança pessoal da primeira Páscoa, da travessia do mar Vermelho, nem da
outorga da lei no monte Sinai. Careciam de uma narração inspirada do concerto de Deus, da sua lei e da sua fidelidade, bem como uma renovada declaração das
bênçãos resultantes da obediência e das maldições da desobediência. Enquanto o livro de Números registra as peregrinações no deserto, da rebelde primeira
geração de israelitas, abrangendo um período de trinta e nove anos, Deuteronômio abrange um período de talvez um só mês, numa só localidade, nas planícies de
Moabe, diretamente a leste de Jericó e do rio Jordão.
Deuteronômio foi escrito por Moisés (31.9,24-26; cf. 4.44-46; 29.1) e entreque a Israel como um documento do concerto, para ser lido por extenso diante de
todo o povo, a cada sete anos (31.10-13). É provável que Moisés tenha completado o livro pouco antes da sua morte, cerca de 1405 a.C. A autoria mosaica de
Deuteronômio é atestada: (1) pelo Pentateuco judaico e samaritano; (2) pelos escritores do AT (e.g., Js 1.7; 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 3.2; Ne 1.8,9; Dn 9.11); (3)
por Jesus (Mt 19.7-9; Jo 5.45-47), bem como escritores do NT (e.g., At 3.22,23; Rm 10.19); (4) por eruditos cristãos antigos; (5) por eruditos conservadores
contemporâneos; e (6) pelas evidências internas do livro (e.g., semelhança, na estrutura literária, com textos de pactos seculares de vassalagem do século XV
a.C.). O relato da morte de Moisés (cap. 34) evidentemente foi acrescentado logo após sua ocorrência (mais provavelmente por Josué) como um tributo
merecido a Moisés, servo do Senhor.

Propósito

O propósito original de Moisés ao proferir seus discursos diante da nova geração de Israel, antes de entregar as rédeas do governo a Josué para efetuar a
conquista de Canaã, foi exortar e instruir os israelitas a respeito: (1) dos atos poderosos de Deus e as suas promessas; (2) seus deveres segundo o concerto: a fé e
a obediência; e (3) a necessidade de dedicarem-se ao Senhor, para andarem nos seus caminhos, amá-lo e honrá-lo de todo coração, alma e forças.

Visão Panorâmica

Com toda sua devoção, Moisés recapitulou e renovou o concerto de Deus com Israel, mormente através de seus três discursos inspirados. (1) O primeiro
discurso de Moisés recontou a história e o fracasso de Israel desde o monte Sinai e conclamou a nova geração a temer a Deus e a obedecer-lhe (1.6—4.43). (2)
O segundo discurso de Moisés recapitulou e focalizou muitas leis do concerto, que tratavam de assuntos como a observância do sábado, o culto, os pobres, as
festas sagradas anuais, a herança e os direitos de propriedade, a imoralidade sexual, senhores e servos, e a administração da justiça (4.44—26.19). (3) No seu
terceiro discurso, Moisés profetizou bênçãos e maldições que teriam os israelitas, conforme sua obediência ou desobediência ao Senhor, segundo o concerto
(27.1—30.20). Os caps. finais incluem a designação de Josué por Moisés como seu sucessor e um testemunho sobre a morte de Moisés (31.1—34.12).

Características Especiais

Quatro fatos principais caracterizam Deuteronômio. (1) Ele proveu à nova geração de israelitas prestes a entrar em Canaã, o alicerce e motivação necessários
para herdarem a terra prometida, ao realçar a natureza de Deus e seu concerto com Israel. (2) É “O Livro de Repetição da Lei”, no qual, Moisés, o dirigente de
Israel, já com 120 anos de idade, reafirmou e resumiu (em forma de sermão) a palavra do Senhor contida nos quatro livros anteriores, do Pentateuco. (3) É “O
Livro das Memórias”. Uma admoestação típica de Deuteronômio é: “Lembra-te, e não te esqueças”. Em vez de apresentar novas verdades, Deuteronômio exorta
Israel a conservar e obedecer à verdade de Deus já revelada, e entregue como sua Palavra absoluta e imutável. (4) Um ponto predominante no livro é a fórmula
“fé-mais-obediência”. Israel foi conclamado a confiar em Deus de modo irrestrito e a obedecer aos seus mandamentos sem vacilação. A fé-mais-obediência
capacitaria os israelitas a herdar as promessas na plenitude da bênção de Deus. A falta de fé e de obediência, por outro lado, traria o ciclo do fracasso e do
julgamento.

O Livro de Deuteronômio e Seu Cumprimento no NT
Quando Jesus foi tentado pelo diabo, Ele respondeu, citando trechos de Deuteronômio (Mt 4.4,7,10, cf. Dt 8.3; 6.13,16). Quando perguntaram a Jesus qual era
o maior mandamento da lei, sua resposta veio de Deuteronômio (Mt 22.37; cf. Dt 6.5). Quase cem vezes, os livros do NT citam Deuteronômio, ou a ele aludem.
Uma nítida profecia messiânica deste livro (18.15-19) é citado duas vezes em Atos (3.22,23; 7.37). O cunho espiritual de Deuteronômio é fundamental à
revelação do NT.